quinta-feira, 10 de julho de 2014

AERODINÂMICA E TEORIA DE VOO -> Capítulo XI - Voo Ascendente


CAPÍTULO 11 

VOO ASCENDENTE


A figura abaixo (Imagem 1) mostra um automóvel subindo uma ladeira em alta velocidade.

O arrasto produzido pelo vento é igual a 200 kgf.

No caso ilustrado, qual seria a força com que os pneus deverão impulsionar o veículo?

O veículo deverá ser impulsionado por uma força suficiente para vencer não apenas o arrasto de 200 kgf, como também a componente do peso no sentido morro abaixo (igual a 500 kgf), totalizando 700 kgf.


Imagem 1

A figura abaixo (Imagem 2) mostra uma situação semelhante, onde o avião de 1000 kgf efetua um voo ascendente.

O primeiro fato a chamar a atenção é o valor da sustentação que é 866 kgf, menor que o peso do avião.

Embora isso pareça ser compreendido se observarmos que a força de tração da hélice é inclinada para cima, ou seja, ela suporta parcialmente o peso do avião, aliviando a carga sobre a asa.

De fato se o voo fosse horizontal, a tração da hélice deveria ser de apenas 200 kgf; porém, como o avião está subindo, devemos acrescentar a componente do peso no sentido contrário ao voo (500 kgf), o que totaliza 700 kgf.


Imagem 2
Num voo ascendente, o avião tem duas componentes de velocidade, que são:

  • VH - Velocidade Horizontal;
  • R/S - Razão de Subida;

A razão de subida é geralmente medida em pés por minuto ou metros por segundo, através do variômetro.

O ângulo entre a trajetória ascendente do avião e a linha do horizonte chama-se Ângulo de Subida



Imagem 3

Existem duas velocidades no voo ascendente:

  1. Velocidade de Máxima Razão de Subida - é a velocidade na qual o avião ganha altura o mais rapidamente possível.
  2. Velocidade de Máximo Ângulo de Subida - é a velocidade na qual o avião sobe com maior ângulo de subida. É uma velocidade menor que a máxima razão de subida.



A figura abaixo mostra os vários casos possíveis de voo ascendente:


Imagem 4


Logo após a decolagem, o avião deve subir com o máximo ângulo de subida, a fim de afastar-se com segurança dos obstáculos.

A figura abaixo (Imagem 5) mostra uma situação típica.

Imagem 5
À medida que o avião ganha altura, a densidade do ar atmosférico diminui. Por esse motivo, a razão de subida máxima diminui gradativamente, até tornar-se nula no Teto absoluto.

A figura abaixo (Imagem 6) mostra uma situação.




Imagem 6

NOTA


O Teto Prático e o Teto Absoluto são altitudes de densidade, e por isso não poder ser lidos diretamente no altímetro. Para maiores detalhes consulte o item Altitude Densidade neste link.


ESTUDO DA PERFORMANCE EM SUBIDA

Para manter a máxima razão de subida, o avião deve voar na velocidade na qual haja maior sobra de potência.

O gráfico abaixo (Imagem 7) mostra que essa velocidade correspondente àquela em que temos a máxima diferença entre as potências disponível e necessária.

Neste exemplo, podemos observar que se o avião voar a 100 mph, precisamos de 15 HP para voar horizontalmente.

Todavia, o grupo moto-propulsor pode fornecer 350 HP se for acelerado ao máximo, portanto temos uma reserva de (350 - 150) = 200 HP.

Essa sobra de potência é máxima à velocidade de 100 mph, por isso dizemos que essa é a velocidade de máxima razão de subida.


Imagem 7

A Razão de Subida Máxima e o Maior ângulo de Subida dependem do peso do avião, da altitude do local, da potência disponível e da área da asa, conforme resumido nas figuras abaixo (Imagem 8).




Imagem 8
O que está afirmando nas figuras acima é intuitivo, com exceção da influência da área da asa, a qual não será explicada por ser de pouco interesse para os pilotos.


Aumentando a altitude, a potência disponível e a potência necessária aumenta.


No teto absoluto só existe uma velocidade em que o avião pode voar. Essa velocidade é, ao mesmo tempo, a Velocidade Máxima, a Velocidade de Máximo Alcance, a Velocidade de Máxima Autonomia e Velocidade Mínima e a Velocidade de Estol.

O gráfico abaixo mostra essa situação. Para melhor compreender, o leitor deverá recapitular o gráfico estudado no capítulo 9.

O gráfico abaixo é aquele mesmo gráfico, com uma alteração; a curva da potência necessária deslocou-se para cima e a curva da potência disponível para baixo, de modo a se tocarem apenas num ponto, correspondente à velocidade de 100 mph.



Imagem 9


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